* Por Aluciano Martins
Não sei escrever meu nome; me chamam de “Bastião”;
“Cangaceiro”, bicho-bruto, madeira, brasa e carvão;
Ando assim desajeitado, com Deus e calos na mão;
Rosto queimado do sol, “nas unha” o barro do chão
Quem me enxerga logo nota que eu nasci no Sertão.
Minha comida é grosseira, farinha, charque e feijão
Negócio de sobremesa, é rapadura ou nada não!
No domingo vou à missa, tomo pinga com limão;
Sou um “caboco” bem simples, com luxo combino não!
Quem me enxerga logo nota que eu nasci no Sertão.
Vivo aqui no “Cafundó” não ligo pra solidão
Acho até que sou feliz, preciso de nada não!
Eu não existo pro mundo, a não ser nas eleição
Quando recebo visita, me oferecendo “tostão”;
Tentam me fazer de besta, mas eu nasci no Sertão...