Após a pressão exercida pelos sindicatos representativos dos servidores públicos do Estado de Alagoas, a Assembleia Legislativa suspendeu a votação do projeto de reforma da Previdência estadual, que havia sido marcada para esta sexta-feira (06), de forma repentina e sem o conhecimento da classe trabalhadora. O projeto deve voltar à pauta na próxima segunda-feira (9).
A notícia sobre a tramitação sigilosa do projeto começou a se espalhar no final da noite de ontem, nos grupos sindicais, de forma que não deu tempo mobilizar os servidores públicos, como necessário. Mas hoje cedo, dirigentes de vários sindicatos, inclusive o SERJAL, se reuniram na frente da Assembleia e realizaram uma manifestação conjunta, protestando contra a maneira como o projeto da reforma tramitou, e contra a tentativa do governo de aprová-lo na surdina, sem sequer dar conhecimento às entidades sindicais.
Representado pelo seu presidente, Aluciano Martins, e pelos diretores Kleber Torres e Cleyson Francisco, o SERJAL marcou posição em defesa dos seus filiados e dos servidores públicos em geral. Aluciano usou o megafone para manifestar seu protesto e para convocar os servidores do Judiciário a comparecerem à Assembeia na próxima segunda-feira, às 14 horas para reforçar a mobilização.
Confira a nota emitida pela diretoria do SERJAL:
“Fomos tomados de surpresa, assim como a maioria dos outros sindicatos, com a notícia da tramitação, na Assembleia Legislativa de Alagoas, do projeto de reforma da previdência estadual, de autoria do Governo do Estado. E já com votação marcada para esta sexta-feira, dia 6 de dezembro. O assunto é muito sério e afeta a todos nós, servidores públicos, porque mexe em questões como contribuição previdenciária, aposentadoria, pensões e, no mesmo modelo que ocorreu no âmbito nacional, retira ou restringe muitos dos nossos direitos, inclusive com proposta de redução salarial e de valores dos benefícios previdenciários. O governo não foi nada transparente nessa questão. Aprovar uma reforma dessa natureza, sem que os servidores sequer sejam ouvidos; pior ainda, sem sequer tomarem conhecimento, é atentar contra a democracia. Essa questão deveria passar por um debate profundo com as categorias, mas lamentavelmente, isso não aconteceu nem mesmo entre os deputados que vão votar as regras que definem o nosso destino, enquanto servidores. Na ânsia de aprovar a qualquer custo, de forma sorrateira, o Governo não deixou tempo para aprofundar essa discussão, nem no Legislativo, nem com os servidores públicos estaduais. O projeto teve uma tramitação célere, na surdina, até entrar na pauta de votação desta sexta-feira. Agindo dessa forma, o Governo e a Assembleia pegaram a todos de surpresa, mas nós, que fazemos a diretoria do SERJAL, estávamos na Assembleia Legislativa, junto com outros dirigentes sindicais, e enquanto outros e outras tentavam desvirtuar nosso trabalho, na comodidade das redes sociais, nós fazíamos uso da palavra para externamos publicamente a nossa indignação e insatisfação com tal situação que consideramos, no mínimo, desrespeitosa com todos nós. Infelizmente não houve tempo para convocação das categorias conforme reconhecido unanimemente por todos os dirigentes de sindicatos e centrais sindicais presentes. Mas a pressão exercida pelos que estavam lá- e o SERJAL estava - fez com que a matéria fosse retirada de pauta. A votação foi remarcada para a próxima segunda-feira, dia 09, às 14 horas. É uma luta muito importante para todos nós. Por isso, convocamos os servidores do Judiciário a se juntarem à diretoria do SERJAL nesse dia, assim como estivemos juntos em outros momentos de luta contra as reformas que retiram direitos e conquistas dos trabalhadores. E não é de agora. Abraçamos e nos engajamos desde o início nessa causa em defesa dos direitos dos nossos filiados e dos trabalhadores em geral, contra as reformas administrativa e previdenciária, da maneira como elas estão acontecendo. Realizamos seminários, campanhas, produzimos camisas, participamos de mobilizações de rua, em quem realmente acompanha as ações do SERJAL sabe disso. Lamentamos o oportunismo e a má fé de alguns e algumas que, ao invés de somar, tentam a todo custo desvirtuar as nossas ações e o nosso trabalho. Estamos tranquilos, firmes no nosso compromisso enquanto dirigentes sindicais e conscientes da responsabilidade que temos com a classe trabalhadora, em especial, com os servidores do Poder Judiciário do Estado de Alagoas. Seguimos na luta, e contamos com vocês, sempre!
A Diretoria".
