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Sobre a greve: "Hoje é dia de gritar contra a covardia!"

Pedimos licença ao competente jornalista Ricardo Mota para republicar, neste espaço, o texto por ele produzido em seu blog, no TNH1.

 

Hoje é dia de gritar contra a covardia!

Ninguém minimamente informado haverá de imaginar que o Brasil vai parar pra valer nesta sexta-feira.

Mas a mobilização de hoje, acima de qualquer coisa, é um grito contra a covardia, aquela que nos mantém perplexos diante de medidas cujas consequências não nos são muito claras ainda e nos soam unicamente cruéis.

A covardia é nossa, também, porque reclamamos e apontamos para o buraco onde nos meteram e assumimos a culpa pelo que fizeram conosco, sem ao menos levantar o braço para bradar: “Parem!”.

Reforma trabalhista com mais de 13 milhões de desempregados é, sim, de uma covardia inaceitável.

Reforma da Previdência com números suspeitos, nascidos dentro dos gabinetes em que se planeja e se decreta a miséria da nação é, acima de tudo, um ato de covardia, porque de força ante um Congresso Nacional que vive de joelhos, a catar as migalhas espalhadas pelo Palácio do Planalto.

Nem ao menos dividir o ônus da crise com quem nela se refestela, em lucros imorais como só o capital preguiçoso é capaz de oferecer, eis a maior de todas as covardias em um país campeão de injustiças sociais.

Estas são obras de um presidente sem voto, que diz não temer o julgamento popular e que só faz aquilo “que é necessário”.

Para quem?

O Brasil não verá hoje manifestações da mesma dimensão daquelas de junho de 2013, o mais rotundo não que a parte apodrecida da elite política foi obrigada a ouvir.

E se ali nós rompemos a barreira que nos prendia a um silêncio covarde, submisso, hoje temos a chance de mostrar que ainda estamos vivos.

Ou será isso, ou, de novo, nos renderemos à covardia