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Sobre a Resolução nº 09, do TJ-AL: Justiça, para ser boa, começa em casa

Diz o provérbio português: Justiça, para ser boa, começa em casa! De fato, não há sentido de justiça quando, numa mesma casa, uns esperam com o pires na mão, enquanto outros se refastelam em pratos fundos.

É essa a sensação, quando somos surpreendidos com a Resolução nº 09/2021, publicada ontem (20) pelo Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, aumentando em 100% o valor do auxílio-alimentação pago aos magistrados alagoanos. Isso, enquanto os servidores do Poder Judiciário estadual - representados por este Sindicato - travam uma longa luta pelo tratamento isonômico em relação a esse benefício e sofrem, neste momento, com descontos sobre essa verba indenizatória feitos em dias "imprensados" pelo TJ, mesmo sendo, estes, compensados com aumento de carga horária em dias subsequentes.

Muito já ouvimos, nos próprios gabinetes dos desembargadores, na luta pela sonhada equiparação, que “barriga de servidor é igual a de magistrado”, em se tratando de necessidades alimentares. Até conquistamos alguns avanços na direção desse reconhecimento. Mas enquanto esperamos que o TJ-AL aproveite a propalada economia conseguida com o trabalho em home-office e a reconhecida produtividade dos seus servidores, e mova-se no sentido de fazer justiça na concretização da almejada isonomia, eis que a Resolução 09/2021 vem na contramão da nossa expectativa e faz exatamente o contrário: Amplia a vantagem de quem já está na frente e reabre uma enorme distância entre os valores do auxílio-alimentação pagos aos magistrados e aos servidores, provando que a injustiça, nesse caso, começa em casa e tem lugar à mesa.

Essa Resolução não apenas dobra o valor do auxílio-alimentação dos magistrados alagoanos – de R$ 1.500 para R$ 3.000 – como também o eleva ao patamar dos maiores valores pagos no país, junto com os do TJ de Roraima e do Amazonas. 

O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Alagoas repudia essa atitude injusta e cobra do Tribunal de Justiça que, invés de duplicar o valor do auxílio-alimentação dos magistrados, faça justiça aos servidores, concedendo a isonomia à qual temos direito - reconhecido pelo CNJ - e pela qual temos lutado há tanto tempo. 

Os servidores e as servidoras do Judiciário alagoano, que aguardam resposta para esta e outras demandas,  merecem uma explicação. 

#IsonomiaAlimentar
#Justiçaboacomeçaemcasa