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Semana de mobilização termina com ato durante evento do TJ, no quartel do Exército

A semana passada foi de grande mobilização dos dois sindicatos (SERJAL e Sindojus-AL) em defesa da data-base dos servidores do Poder Judiciário do Estado de Alagoas. A situação repercutiu na mídia e isso parece ter incomodado a cúpula do Tribunal de Justiça, mas até agora, não há uma resposta aos servidores.

Começando pelos atos públicos realizados pelo SERJAL, em parceria com o Sindojus-AL, na terça-feira (19), em frente à Assembleia Legislativa e, posteriormente, em frente ao prédio do TJ-AL, as duas entidades buscaram respostas, distribuíram carta aberta à sociedade, aos deputados e desembargadores. No último sábado, foi realizado um ato silencioso: duas faixas abertas em frente ao quartel do Exército, onde ocorreu o evento “Corrida do Servidor”, promovido pelo Tribunal de Justiça em “homenagem”, aos servidores do Judiciário.

Sem citar nomes nem ofender a ninguém, as faixas falavam da inflação acumulada nos últimos três anos (2019, 2020 e 2021), sem que haja reposição nos salários dos servidores; da corrosão salarial que isso representa; e pedia uma posição do Tribunal de Justiça. 

Foi o suficiente para a “homenagem aos servidores” ser transformada num discurso raivoso de ataque às representações sindicais, questionando a representatividade de um sindicato que existe há 30 anos e a legitimidade da sua diretoria, eleita democraticamente pelos servidores, e que sempre agiu para defender os direitos e interesses dos seus representados, com dignidade e sempre com respeito ao Tribunal de Justiça, do qual todos fazemos parte com muita honra.

“Saiba o representante do TJ-AL que nós trocaríamos facilmente qualquer tipo de homenagem, neste momento, em que geralmente se comemora o Dia do Servidor, por uma resposta em relação à nossa data-base. A categoria precisa da reposição da inflação e nós precisamos saber as razões de ela continuar retida, sem ser levada a votação na Assembleia. Não queremos bater boca nem polemizar com quem quer que seja. Só queremos saber: Cadê a nossa data-base”, destacam os dirigentes do SERJAL. 

Na mobilização da semana passada, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor, respondeu a essa pergunta com uma frase curta e clara: “Perguntem ao presidente do Tribunal de Justiça. Só depende dele”. Mas o TJ não responde, não explica, não dialoga com os servidores. Apenas o silêncio ou o discurso desrespeitoso e ameaçador contra o sindicato e seus dirigentes, chamando a entidade de mentirosa e ameaçando adotar providências contra seus dirigentes.

O Sindicato lembra que os servidores do Judiciário não estão lutando por aumento, mas pela reposição da inflação, ainda de 2019. Portanto, as alegações de que existe uma lei que impede o "aumento salarial " dos servidores não é cabível nessa situação. Então, como explicar a aprovação da reposição de todos os demais servidores e servidoras (Executivo, Legislativo e Tribunal de Contas), senão pela justeza e legalidade do pleito? O próprio governador do estado disse, de forma clara, que reposição de inflação não é aumento de salário e sancionou a revisão salarial aos outros poderes. Isso é mentira?

“Diante dessa incapacidade de dialogar e da retenção injustificada da nossa data-base, só nos resta a alternativa de manter nossa luta. Não vamos baixar a cabeça nem recuar diante de ameaça de quem quer que seja.  Permanecemos abertos ao diálogo, quando o TJ quiser. Mas enquanto isso não acontece, só nos resta lutar, de forma pacífica, ordeira, mas com a firmeza de que não podemos desistir, porque a reposição salarial com base na inflação a cada doze meses é direito constitucional de todo trabalhador e trabalhadora. E é esse o motivo da nossa mobilização", destaca a diretoria do SERJAL.